Discos essenciais para o China

Músico e apresentador listou seus discos preferidos, que vão de Sepultura a Caetano Veloso. Foto: Divulgação (Leco de Souza).


Depois de uma  puta breve parada, a seção 10 discos essenciais está de volta e com uma lista pra lá de massa, minha joia =]

Sim, amigos, a listagem é por conta de China, músico e apresentador de quem sou fã desde os tempos bons do Sheik Tosado e, depois, da MTV e Multishow. O cara tá lançando o Discoleção, programa bem bacana em seu canal no Youtube justamente falando da sua vasta discoteca (depois de ver aqui, cola lá, minha criança)

Sem mais delongas, curtam a lista, seguida da já clássica playlist.

1- Afrociberdelia (Chico Science e Nação Zumbi)
Virei músico por causa desse disco. Para mim uma das obras mais completas da música brasileira de todos os tempos. Além da gente ouvir na bolacha fortes elementos da cultura popular, também aponta para o rock, hip hop, soul, com letras incríveis e um recado fácil de entender.  É o tipo de disco que você escuta e fica mais inteligente.

2- Usuário (Planet Hemp)
Tinha que ouvir esse disco baixinho em casa para meus pais não sacarem que as músicas falavam de maconha. E escutando a bolacha hoje em dia eu penso: Todos os pais deveriam ouvir esse som, pois muito dos tabus e preconceitos em torno da maconha seriam aniquilados depois da audição.

3- Dois na Bossa Volume 2 (Elis Regina e Jair Rodrigues)
Comprei num sebo porque achei a capa bonita e quando cheguei em casa para ouvir tomei um tapa. Não conhecia nada disso na época e fiquei em choque com as performances de Elis, Jair e banda. É tudo ao vivo e muito visceral. Eu fecho os olhos e me vejo na platéia desse show. Vejo as risadas de Elis, as brincadeiras de Jair. Esse disco é realmente uma pérola da música brasileira.

4- Carlos, Erasmo (Erasmo Carlos)
Erasmo é com toda certeza o cara mais gente fina da música brasileira, e nesse disco isso fica mais do que provado. O cara junta a galera da tropicália, a galera da jovem guarda e faz um álbum impressionante, cheio de boas letras e arranjos sensacionais. Sei que na época do lançamento esse disco passou meio batido, mas ainda bem que relançaram essa beleza há alguns anos atrás.
É o tipo de música que não envelhece nunca.

5- Opinião (Nara Leão)
Esse é o disco que representa a mudança na carreira de Nara. É o álbum que ela se joga de vez no samba feito nos morros, que discute questões sociais, e tudo isso pela voz de uma moça que nasceu em berço de ouro mas não fechou os olhos para a desigualdade que existe até hoje no país.

6- Paebiru (Lula Cortes e Zé Ramalho)
Não é um disco fácil de ouvir. São necessárias várias audições para entrar na onda dos caras e entender os segredos da pedra encantada que eles contam na bolacha. Também é um disco importante por ter sido lançado pela Rozemblit, gravadora pernambucana que colocou no mercado, além dessa beleza, outros nomes da cena udigrudi pernambucana dos anos 70, além de registrar para a eternidade frevos, cirandas, maracatus e mais um monte de ritmos da cultura popular.

7- Roots (Sepultura)
Acredito que o metal nunca mais foi o mesmo depois desse disco. Sei que muito metaleiro virou a cara para esse mistura de guitarras pesadas com percussão que o Sepultura propôs no Roots, mas que o som dos caras ficou mil vezes mais pesado com a participação dos índios e o batuque eletrizante de Carlinhos Brown, não podemos negar. Esse disco foi lançado em 1996, ano em que o manguebeat consolidava suas bases, e muita banda brasileira começou a olhar para a nossa cultura, parando de copiar música gringa e fazendo um som com as nossas raízes, nossa identidade.

8- Gil e Jorge (Gilberto Gil e Jorge Ben)
Esse disco é uma curtição do começo ao fim. Ouvir esses mestres da música brasileira improvisando sem parar, criando novas melodias a cada compasso e o mais importante de tudo...curtindo muito o astral desse encontro. Ouvindo o disco da pra sacar claramente como Gil e Jorge estão se divertindo um monte nessa gravação.

9- Transa (Caetano Veloso)
Um disco sensacional cheio de colagens de letras autorais, loas de capoeira e antigas cantigas populares que se encaixam perfeitamente nos arranjos das músicas. Pouca gente sabe, pois não tá nos créditos do disco, mas é um álbum produzido por Jards Macalé, outro gênio da música brasileira.

10- Vivo (Alceu Valença)
Nos anos 70 Alceu tinha uma banda sensacional, que contava até com Zé Ramalho no violão. E o show que foi gravado e virou esse disco mostra como esse time era afiado e muito bem capitaneado por Alceu, que estava incrível em todas as canções e na condução do espetáculo. Eu gosto de artistas que se entregam no palco, que sangram e que mostram todo o amor e dor pela profissão. E Alceu Valença é um desses até hoje.